Princípio e fim. "A canção de Lisboa" tem o cunho subtil do Estado Novo nos seus créditos iniciais: o primeiro fotograma é o símbolo nacional, as quinas em ponto grande para encher o olho de orgulho nacional; o último fotograma, por sua vez, encerra com a marca do estado mais uma vez, mas em forma de censura, para mostrar que o olho esteve bem atento.
Entre Miss Castelinhos, agulhas e esternocleidomastoideu, “A canção de Lisboa” tenta um trocadilho jocoso (ou será que escapou algo mais crítico enquanto alguém olhava para o lado?) com o Estado Novo. No casaco em que Vasco Santana tenta disfarçar-se de manequim, um papel afixado diz “Ocasião, 95 escudos, Estado Novo” que, depois de algumas peripécias, vai parar ao traseiro de uma senhora.
“Chapéus há muitos, seu palerma!”.
Estas imagens pertencem à Tobis Portuguesa.